quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Meu processo de transformação interior

Oi pessoal, tudo bem?
Venho aqui hoje, para contar para vocês um pouco da "transformação" que venho fazendo dentro de mim mesma recentemente.
Nos últimos dois anos eu tenho refletido bastante! Meu trabalho, meus estudos exigem muito de mim...trabalhar com pessoas doentes, que estão passando por momentos difíceis da vida, é algo complicado. Precisa ter bastante estrutura e amor pela profissão. Para quem não sabe, sou fisioterapeuta especializada em reabilitação de anomalias congênitas e em fisioterapia cardiorrespiratória. A maior parte da minha experiência profissional (até o momento) foi em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Boa parte, em pós-operatório de cirurgia cardíaca e pulmonar e em UTI que atende pessoas com câncer. Ou seja, lidando com casos graves, pessoas em sofrimento extremo, muitos falecimentos!
Além disso, há mais ou menos 2 anos, tenho me dedicado à carreira acadêmica. Fiz mestrado e, agora, doutorado na área de fisioterapia respiratória, avaliação e reabilitação pulmonar. Na área acadêmica a pressão é diferente, mas eu diria que é ainda mais intensa. Há cobrança no sentido de conhecimento e publicações em jornais científicos internacionais de grande impacto. Não é fácil estar com a cabeça boa para ler, estudar um tema, escrever sobre ele em linguagem científica, TODOS OS DIAS (por várias horas). Muita gente diz: ah, como eu queria poder "SÓ ESTUDAR". Realmente, essas pessoas não sabem o que é fazer um doutorado. Ainda mais se for em período integral (o dia inteiro), em outro país, falando outra língua. E não é falar outra língua "mais ou menos", é falar outra língua em nível de doutorado! Mas, enfim...
Ao mesmo tempo, poder aliviar o sofrimento dos pacientes e familiares em momentos tão difíceis, e ser desafiado todos os dias no meio científico é algo mágico. Isso faz com que eu me sinta viva, produtiva! Por isso, eu fiz e faria tudo de novo! Tudo isso formou grande parte da pessoa que sou hoje, e me orgulho muito disso.
Mas, existe uma sobrecarga emocional muito grande...em cada profissão isso acontece de uma forma, e cada pessoa absorve ou não essa pressão de um jeito diferente. Não há como comparar! Ao meu ver, nenhuma profissão é melhor ou pior que a outra, e ninguém é pior ou melhor que ninguém. E, sim, somos todos diferentes!
No meu caso, a busca por uma carreira de fisioterapeuta de sucesso, trouxe também muita ansiedade. Sou uma pessoa extremamente exigente comigo mesma...e ouvi isso inúmeras vezes na minha vida. Às vezes, isso me ajuda. Mas, na maioria delas, isso só me atrapalha. E demorou muito para que eu começasse a perceber isso.
Há cerca de dois anos começou minha crise existencial. Me vi doente, estressada, ansiosa, com insônia, chata, mal-humorada e com baixa auto-estima. Comecei a perceber que eu passava a maior parte do meu dia me lamentando. Quando eu não tinha tempo, lamentava porque não tinha tempo. Quando tinha, lamentava porque não sabia o que fazer com o tempo livre. A verdade é que eu já nem sabia mais o que eu gostava de fazer! E, de quem é a culpa de as coisas terem chegado a esse ponto? MINHA! SÓ MINHA! Ninguém me obrigou a fazer nada disso!
Foi aí que eu comecei a perceber que algo precisava mudar. Não estou dizendo que tudo mudou e que hoje sou uma pessoa perfeita. De jeito nenhum! Acredito que esse processo seja eterno. Mas, melhorei bastante quando parei para olhar e conversar comigo mesma...me redescobrir, me aceitar melhor. Comecei a prestar mais atenção nos meus sentimentos, minhas inseguranças, nas coisas que me deixavam feliz, nas coisas que me faziam mal, nas pessoas negativas que tinha ao meu redor. Vocês vão concordar comigo: nossa rotina é tão louca que, simplesmente, ligamos o modo automático e esquecemos do que é mais importante.
Aos poucos, tenho tentado manter as práticas que realmente me fazem bem, ler coisas que gosto de ler, usar roupas que gosto de usar, ouvir músicas que gosto de ouvir, assumir minha personalidade, ser menos dura e crítica comigo mesma, e me livrar de hábitos que me fazem mal. Resumindo, tenho tentado ser a pessoa que me orgulho de ser...a pessoa que realmente traduz a verdadeira Laís. Acreditem ou não, mas isso tem tirado um peso tão grande das minhas costas! E, no final das contas, tenho me sentido muito mais feliz, mesmo que minha vida seja "a mesma".
Por isso, quero convidá-los a refletir um pouco sobre isso. Você está feliz com sua vida? Você faz as coisas que gosta, dedica tempo às pessoas que ama? Caso contrário, o que você pode fazer para melhorar? Isso é algo tão "óbvio"...que todos falam a respeito. Mas, são poucas as pessoas que realmente colocam em prática, e é isso que tenho tentado fazer...cada vez mais!
Não estou dizendo que ninguém deve jogar tudo pro alto e se rebelar! hahaha Longe disso! Só estou dizendo que podemos trabalhar em coisas simples, mas que podem fazer toda diferença em nosso dia-a-dia! Se você não está feliz com seu emprego ou com a casa onde mora, não vai adiantar ficar só reclamando. Mas, você pode parar para pensar nisso e fazer um plano para que tudo isso melhore, para que você seja mais feliz com as coisas que possui. Talvez seja questão de pararmos para pensar se realmente estamos fazendo a nossa parte, se estamos valorizando o que temos, se somos gratos e se estamos lutando para melhorar o que não está legal.
Que tal?
Espero ter plantado uma sementinha em vocês!
Grande beijo!

Laís

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